Saturday, October 6, 2007

Despedidas

Os meus últimos dias em Portugal foram um misto de ansiedade, angústia, tristeza, medo, enfim, um turbilhão enorme dentro de mim.
Sentia-me como se, e eu sei que a comparação é péssima, estivesse com uma doença qualquer e tivesse de aproveitar cada minutinho para estar com esta ou aquela pessoa que não iria ver nos próximos tempos, ir a este ou àquele sitio (a minha serra, o meu jardim à beira-mar) para que o seu cheiro perdurasse dentro de mim.

Tive direito a festa surpresa que foi simplesmente um máximo. Já disse que tenho amigos fantásticos? Dirigiram-me ao local sem que eu desconfiasse de nada (ok vá desconfiei um bocadinho) mas não estava à espera da dimensão do acontecimento! A decoração estava um espanto, sempre quis uma festa Marroquina.
Almofadas quadradas e grandes decoravam a entrada, por cima aqueles véus de princesa, as velas espalhadas pelo caminho davam uma atmosfera de mistério, a mesa com o fondue de chocolate não podia estar mais apetitosa e, de repente, todos vocês! Emocionei-me. Gosto tanto de todos.
Ao longo da festa tentei dar atenção a todos, dividir-me por vários nem sempre é fácil mas não queria deixar ninguém sozinho. Mas é estranho ter uma festa em que de alguma forma as atenções estão mais viradas para ti, fico um bocado embaraçada ao ser o "centro das atenções".
À medida que as horas iam passando fui vendo que algumas daquelas pessoas não ia ver durante uns bons meses e queria adiar o momento da despedida. Odeio despedidas. Soa sempre a nunca, e nunca é uma palavra demasiado forte seja ela a situação que for, além disso as despedidas fazem chorar e eu fico horrivel quando choro, cheia de pintas vermelhas na testa (isto é verídico!).

A todos os que estiveram presentes, tanto na festa, como no almoço, como no coração o meu maior sorriso como forma de agradecimento, adoro-vos!

Depois de tudo isto, fiz um jantar de família. Estava tão angustiada com a história do avião (pânico de aviões) que fiz um filme gigante por se terem sentado 13 pessoas à mesa. Estas superstições idiotas atacam-me quando estou sensível, nada a fazer. Mas tive direito a uns últimos mimos de mãe (cozinhou coisas que eu gosto), o que foi óptimo.

No dia 13, foi acordar bem cedo e ir para o aeroporto. O nervosismo era tanto que não consegui escolher nenhum livro para levar mas o facto de ir tanta gente levar-me ao aeroporto fez-me sentir que não estive tempo de qualidade com nenhum. As saudades começaram a sentir-se a partir do momento em que virei costas.

O avião levantou voo. Barcelona, here I go.

3 comments:

João G. said...

tive pena d n poder ir a tua festa surpresa. Tb era pa ter ido, mas tive d ir para lamego nessa altura... espero k aproveites ai em barcelona! as saudades agr devem ser imensas mas daki a uns meses kd for para voltars, ja n vais kerer voltar, acredita ;)

B. said...

Tinhamos tantos planos para tantas coisas e foi difícil escolher. Acabamos por ir à festa que elas organizaram, foram lindas :')..

Perscrutei a baixa inteirinha, a minha irmã estava furiosa comigo e eu angustiada porque não te consegui comprar uma prenda.

Até que vi aquela flôr de papel. Verde e rosa. Tão menos frágil, tão mais duradoura. Achei que era a "nossa" cara. Uma flôr é sempre isso mesmo, não era cheirosa, nem encantaria um qualquer jardim com o qual te cruzasses... mas foi o melhor que consegui.
Irritei-me por ter tantas dúvidas sobre o que te oferecer...

Um porta-chaves para a casa nova. Um diário de Erasmus... BAH!...

No fundo foi difícil ver-te partir, era difícil comprar-te uma prenda de despedida...
É difícil ter-te longe mas é fácil tentar estar diariamente ao teu lado.

Condena-me a vulgaridade, mas a nossa amizade é simples. E é isso que faz dela tão especial. Não nos precisamos de nos esforçar para que ela corra bem.

Cresce naturalmente. Como uma flôr de papel :)

Agregador said...

nao foi bem uma despedida, foi mais um até já, por isso conseguimso fazer a festa e ir até ao aeroporto...

e nao me esqeço da imagem d t ver desaparecer no meio daqela gente toda carregada de malas e destinos escritos num papel...

e dizer só mais isto: nao podia deixar d escrever qq coisa neste blog q é tao "afectivo"... só tu!***