Indecisões.

Ir ou não ir eis a questão.
Candidatei-me a Erasmus mais numa de "Deixa cá ver onde isto vai dar" do que propriamente numa de "quero mesmo ir". Agora isto anda a moer-me e moer-me é mesmo a palavra ideal. Fico a pensar em como será difícil a adaptação a um novo país longe de tudo e todos, a partida para algo completamente novo para mim, o sair de "baixo das saias da mãe", enfim, uma série de coisas que eu só imaginava acontecer num futuro longínquo e que agora se aproxima a uma velocidade avassaladora. De facto, dou comigo a desejar que estas férias nunca mais acabem... Tenho medo. Medo de não compreender suficientemente bem a língua para me safar na Faculdade, medo de me sentir sozinha num "admirável mundo novo", medo das saudades (que vão ser tantas, tantas...), medo de baixar a minha média e afinal as oportunidades de emprego em vez de aumentarem decrescerem, medo do desconhecido, no fundo é isso. Mas agora já não posso desistir, já está tudo demasiado definido para fazer marcha atrás e, além disso, já é altura de crescer sozinha, de acordar para o mundo, de me "fazer gente". Tenho de pensar assim...
Entretanto, hei-de fazer daquelas listas que nos dizem para fazer no 7º ano, quando estamos indecisas entre gostar do João ou do José e que têm os Prós e Contras de um e outro, para ver melhor o que vai ser bom ou não em Erasmus e o que seria bom ou não estando cá.

Até breve.

Escolhas

Não sei exactamente como surgiu a ideia de fazer Erasmus. Viajar e conhecer outros países, trabalhar ou estudar fora, sempre foi algo que tive em mente mas que parecia ainda distante. Contudo, a semana de apresentar as candidaturas aproximou-se e o desafio foi lançado: "Era giro se fossemos todas para o mesmo sítio!". E lá fomos preencher papéis e ver quais os destinos possíveis.
Sempre pensei em Erasmus como sinónimo de Itália mas depois de falar com algumas pessoas, inclusive professores, percebi que Itália é, de facto, muito giro se formos para noitadas mas pouco convincente em termos de currículo. E a minha ideia é, divertir-me sim, mas que isto me abra portas no futuro.
Então reparei que a minha Universidade tem acordos com a Sorbonne, em Paris, e como sempre ouvi falar muito desta Universidade, como sendo uma das melhores e mais antigas, logo com mais tradição, coloquei-a em 1º lugar. Na 2ª opção pus a Universidade Pompeu Fabra, em Barcelona, porque a Professora coordenadora de Erasmus do meu Departamento me disse que era a melhor, até mesmo que a Sorbonne. Além disso, quando estive em Barcelona no Verão passado, adorei a cidade e pensei "Hei-de morar um dia aqui.". Em último lugar, coloquei Roma, pois o bichinho de Itália não tinha desaparecido completamente.
Depois de algum tempo de espera a lista com as colocações saiu. Tinha ficado em Barcelona e porquê? Porque me chamo Sónia. Podem não acreditar, achar ridículo, mas é inteiramente verdade. O facto é que só havia duas vagas para Paris e a última foi atribuída a uma rapariga com a média exactamente igual à minha. Critério de selecção? Ordem alfabética. (Lembrem-se agora de chamar Sónia às vossas filhas!).
De qualquer maneira, sempre me disseram que estava melhor em Barcelona que em Paris e talvez o meu pensamento tenha mesmo de ser realizado...

Início

Uma amiga minha, a Filipa, desafiou-me a escrever um blogue da minha experiência como Erasmus em Barcelona. Parece-me que aceitei o desafio... E vou começar desde já, ainda estando em Portugal, porque a experiência começa na luta entre saudade e coragem, na busca de casas, no ir ou não ir...

E pronto, espero conseguir escrever um pouco todos os dias quando estiver lá, ou pelo menos ao fim da semana.

Let the show begin.